Toda a informação sobre o Ano Jubilar celebrando os 800 anos da morte dos Mártires de Marrocos e da vocação franciscana de Santo António de Lisboa em www.jubileu2020.pt
Coimbra: um caminho de uma vocação
A cidade de Coimbra ocupa uma página importante da história de Portugal e da própria Igreja. Não é por acaso que os primeiro Reis de Portugal estão sepultados nesta cidade, no Mosteiro de Santa Cruz.
Este mosteiro e a Igreja de Santo António dos Olivais estão ligados pela figura de Santo António: de Lisboa, de Coimbra, de Pádua e de todo o mundo.
Passados oito séculos de história, surge agora a iniciativa do Jubileu que junta novamente as duas comunidades eclesiais, a de Santa Cruz e a de Santo António dos Olivais, num empenho comum de valorizar um legado histórico e espiritual, dando-o a conhecer à diocese de Coimbra e a todo o País e fazendo dele uma mais valia para um processo de renovação da Igreja e da sociedade civil.
Na preparação para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2022, celebramos o jovem António, seduzido pelo exemplo dos Mártires de Marrocos, um apaixonado pela missão. Este Jubileu quer ser também uma porta aberta a todos, para que cada um possa redescobrir “a alegria do Evangelho [que] enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (EG 1).
Finalmente, o Ano Santo procura uma tomada de consciência do drama dos cristãos perseguidos em nossos dias e da necessidade de um salutar diálogo inter-religioso na construção da paz.
Os Mártires de Marrocos
Berardo, Otão, Pedro, Acúrsio e Adjuto foram os primeiros missionários enviados por São Francisco às terras dos sarracenos. Naturais de Narni (Itália), abraçaram o exemplo de vida de Francisco de Assis e ingressaram na Ordem dos Frades Menores. Partindo de Assis em 1219, passaram por Coimbra, onde tiveram a possibilidade de conhecer o Cónego Regrante Fernando de Bulhões (o futuro Santo António).
De passagem por Sevilha, desprezando o perigo, começaram a pregar a fé de Cristo nas mesquitas. Conduzidos perante o sultão, foram encarcerados e, depois, transferidos para Marrocos com a ordem de não pregar mais o nome de Cristo. Eles, porém, continuaram com grande coragem a anunciar o Evangelho. Por isso, foram presos e cruelmente torturados e, finalmente, decapitados em Marraquexe, a 16 de janeiro de 1220.
Santo António
Fernando Martins de Bulhões nasceu, em Lisboa, por volta de 1195. Depois de ter recebido a primeira instrução junto à Sé, aos 15 anos, entra no Mosteiro de São Vicente de Fora, onde prossegue a sua formação. Pouco tempo depois, ingressa no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde completa a sua formação e é ordenado sacerdote, aos 25 anos.
Em fevereiro de 1220, chegam ao Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, as relíquias dos cinco missionários franciscanos que tinham sido martirizados, em Marrocos. Fernando, cativado pela sua coragem, simplicidade e fé, em confronto com a mediocridade da sua vida, decide juntar-se aos franciscanos e partir para as missões. Troca o mosteiro de Santa Cruz pelo pobre ermitério de Santo Antão dos Olivais, muda de nome e assume o de António e, depois de um breve tempo, parte para Marrocos na senda dos cinco primeiros Mártires franciscanos.
Texto: Jubileu 2020.